segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Dia 09 – Mais pontos turísticos em Buenos Aires

Hoje o dia amanheceu meio como que queria chover, até chegando a garoar um pouco mas depois firmou e só foi chover mesmo depois das 10:00 da noite.
Para não passar o dia sem fazer nenhum comentário do hotel, eles têm algum problema com papel higiênico. Primeiro porque é de péssima qualidade, algo que eu não via há tempos. Segundo porque eles entregam meio rolo e não repõem a não ser que peçamos. Aí, eles entregam mais meio rolo. Acho que vamos passar no Carrefour e comprar um pouco lá e até deixar o resto de caridade para eles aqui no hotel.
Fomos cedo até a feira de San Telmo. Eu perguntava para as pessoas que me recomendavam ir a essa feira: “o que tem lá?” e a resposta era, invariavelmente: “tem de tudo!”
Mas de tudo o que? Pois bem, vou tentar esclarecer o que tem lá. É uma feira bastante extensa e não fomos até o final. Pode ser que haja coisas diferentes nas barracas além do que vimos. Então, se alguém sentir falta de algo importante, me avisa, por favor.
A feira de San Telmo não é uma “feira do rolo”. Não tem peça de carro na feira. Trata-se basicamente de uma feira de artesanato o que, como toda e qualquer outra feira do gênero, tem também peças de roupa principalmente de souvenires, alguma coisa de comida e bastante arte. Então por que falam tanto dessa feira? Acho que pelo motivo que falam, por exemplo, do Café Tortoni: porque é ponto turístico e pronto. Eu acho que é pelo fato de ser uma feira tradicional e, principalmente, por sua extensão.


Depois que cansamos de andar, pegamos um táxi que não é caro em Buenos Aires e fomos até a livraria Ateneo. Dizem que é a livraria mais bonita do mundo! Eu não levo essas coisas a sério mesmo porque beleza é algo sempre discutível. Mas que é bonita, isso é.
A livraria foi montada em uma antiga e belíssima casa de espetáculos. Não chega a ser propriamente grande, mas chama a atenção. Não fomos, mas eles têm um café no lugar do antigo palco. Vale a pena a visita para quem estiver passando pela região.



Eu, particularmente, teria pulado, mas fomos, à tarde, no Café Tortoni com sua característica fila na calçada. É bonito, badalado e caro. Pedimos churros que é um pouco seco comparado com o do Brasil mas com uma deliciosa porção de doce de leite. Não me arrependo de ter ido. Mas talvez você prefira optar por alguma outra visita mais relevante.



Tio Nando e tia Angélica voltaram para casa e, para fechar o dia, fomos até o Museu da Criança (Museo de los Niños) que fica no shopping Abasto na Concorrientes. Não é um lugar turístico e tampouco um museu. É uma grande área infantil com diversas áreas temáticas próprias para crianças. Por exemplo, eles têm uma agência do Santander, um McDonalds, um supermercado, uma clínica médica, um estúdio de rádio entre vários outros temas, todos simulando o mundo real dos adultos. A Helô adorou! Acho que, tirando a neve, foi o que ela mais gostou nessas férias.







Jantamos na praça do shopping mesmo e vimos, mais uma vez, uma cena comum em Buenos Aires: pessoas interrompendo nossa refeição para pedir dinheiro. E também perguntam se não vamos mais comer para eles pegarem nosso resto de comida. Isso me chocou bastante. Tinha sobrado alguma coisa nos nossos pratos e eles pegaram como animais famintos. Uma tristeza ver esse tipo de degradação humana.
Eu acho que isso começou depois das recentes crises que assolaram o país. Não parecem pessoas que passaram a vida na miséria.
Aliás, a Argentina, em especial Buenos Aires, é um local cheio de paradoxos. Muitos monumentos e praças impecavelmente cuidados e lixo espalhado pelas ruas. Universidades, museus, exposições de arte a todo canto e pessoas mal educadas e desrespeitosas para com o próximo na mesma proporção.
Aqui não existe muita regra e nem direitos. Cada um cuida do seu. Acho que tínhamos que ter um programa no Brasil que exilasse na Argentina por um breve estágio as pessoas que insistissem em reclamar do nosso país. Eu ouço o Professor Marco Antonio Villa na Jovem Pan quase toda manhã e gosto muito dos seus comentários exagerados. Concordo com muitos deles. Mas fico imaginando como seria um programa com ele na Argentina. Acho que já teria morrido do coração.


Dia 08 – Tio Nando e tia Angélica chegam para nos acompanhar em Buenos Aires

Hoje cedo o tio Nando e a tia Angélica chegaram para passar o fim de semana conosco e a Helô quase não dormiu esperando por eles. Estava agitada que até caiu da cama de madrugada.
Café da manhã no Unique Executive Central é medíocre! O quarto é velho, mas até que é limpinho e nossa vista é de uma parede toda cheia de mofo há 1 metro de distância da nossa janela.
Tios chegaram e fomos direto ao Caminito na região do Boca. Diferente da expectativa que eu tinha, é um pedacinho de rua alegre e com um bom movimento, de famílias e pessoas bonitas. Me surpreendi positivamente.







De lá, paramos no aeroporto para tentarmos ter alguma notícia da mala sumida já que ninguém me procurou e nada. Perdi totalmente a esperança. Vou ter que entrar na justiça contra a Latam quando voltarmos ao Brasil. O problema é que vamos ter que comprar roupas pra Helô e vamos perder ainda mais tempo precioso da nossa viagem. Além disso, não vamos conseguir lavar as roupas e a Helô é cheia de alergias dermatológicas. Esperamos que isso não dê problemas para ela.
Paramos para comer rápido numa barraquinha de churrasco no caminho (bem trash) já que perdemos nosso tempo de almoço no aeroporto e corremos para a Casa Rosada para o tour que tínhamos agendado.
Fizemos o tour em Português e valeu muito a pena. A nossa guia, Marina é muito atenciosa e tem ótima didática. A casa é bastante interessante e recomendamos.





Depois disso, acabamos com o nosso dia na Falabella da Florida. A Angélica nos recomendou essa loja pelos preços que praticam e realmente valeu a pena. Preços bons (estou dizendo isso pela primeira vez desde que embarcamos para a Argentina) e qualidade aparentemente igualmente boa. Compramos o necessário para a Helô passar os próximos dias na Argentina, mas nada mais que o básico. Espero não ter que me preocupar com ida a lojas de novo.
Para encerrar o dia, ou a noite, fomos jantar no Puerto Madero e me impressionei novamente. Guardadas as proporções, me lembrei do lago de Cingapura caminhando pelo Puerto Madero. Muito bonito e agradável! Vale a pena!
O jantar foi agradável e eu, definitivamente, quebrei o segundo tabu da Argentina. O primeiro é de que as coisas aqui são baratas. A segunda é de que o ponto da carne na Argentina é um abaixo do Brasil. Hoje jantamos corte de carne Argentino pela terceira vez e, de novo, veio muito passada. Pedi ao ponto e veio ponto mais. Mais passado que o padrão Brasileiro. Pelo menos para o padrão dos restaurantes que eu frequento no Brasil e do meu paladar.


Dia 07 – Ida a Buenos Aires – Argentina, o caos materializado

Como a Latam nos fez o grande favor de alterar todos os nossos voos domésticos sem ao menos nos avisar, hoje tivemos que madrugar para chegarmos em tempo em Bariloche para voar para Buenos Aires.
A Lilia, muito prestativa e acolhedora, nos preparou um café da manhã completo às 5:00 da matina. Pé na estrada e não tínhamos tempo de parar para contemplar a vista da rota dos 7 Lagos novamente, mas, da estrada, podíamos ver que os lagos estavam refletindo as montanhas como espelhos. Paisagens ainda mais lindas do que o que vimos no caminho da ida. Não tenho certeza mas acho que é porque estava sem vento e as águas estavam totalmente paradas formando uma superfície perfeitamente espelhada. Pena que não pudemos parar para foto.
Fizemos o caminho de San Martin de los Andes a Villa la Angostura em 1:30, o que é um excelente tempo devido às intermináveis curvas da estrada e não cruzamos com nenhum carro sequer. Fomos ver algum sinal de vida já em Villa la Angostura, mas não chegamos a pegar transito e concluímos a viagem até o aeroporto um pouco antes do previsto.
A Helô acordou antes que nós para a viagem. Íamos levá-la dormindo, mas, como acordou, já se trocou e tomou café da manhã. Mas entrou no carro e dormiu a viagem inteira!
Ao chegar em Buenos Aires, o caos se instaurou. A mala da Helô não chegou. Fizeram o registro e nos mandaram esperar no hotel já que muito provavelmente chegaria no próximo voo de Bariloche e nos entregariam a mala no hotel no mesmo dia. Alguma coisa, porém, me dizia que a mala havia sido subtraída e não simplesmente extraviada. Eu deixei o case do meu tablet dentro da mala da Helô junto com todos os acessórios como teclado, mouse e carregador e tenho pra mim que viram o conteúdo no raio-x, pensaram que era um notebook ou que o tablet estava na mala e desviaram o volume. Estou agora digitando na tela do equipamento e sem o carregador. Então, se eu sumir inesperadamente antes do término da viagem é porque a bateria acabou e não tenho mais como carregar. Isso só não vai acontecer se encontrarem a mala.
Somado a mais esse desrespeito na Argentina, a cidade é suja, o povo é mal educado e desrespeitoso.
O hotel que ficamos, Unique Executive Central lembra nossas viagens a Nova Iorque. Sempre queríamos ficar bem localizados, mas a falta de dinheiro nos empurrava para moquifos da Times Square. Estamos ao lado do Obelisco e dos principais teatros. Estamos no moquifo da Times Square de Buenos Aires.



Caminhamos até a rua Florida e não nos surpreendemos com tudo muito caro. Compramos algumas calcinhas e meias pra Helô e depois ainda fomos jantar num bom restaurante italiano na Calle Esmeralda quase esquina com a Córdoba.
Voltamos caminhando 8 quadras até o hotel depois das 22:00 e não notamos nada suspeito. A cidade parece mais segura do que dizem por aí.
A Helô está eufórica porque amanhã o tio Nando e a tia Angélica chegam para passar o fim de semana conosco.


domingo, 29 de outubro de 2017

Dia 06 – O dia em San Martin de los Andes

Hoje nos demos o luxo de acordar mais tarde. O Cerro Chapelco está fechado e não vamos conseguir subir para mais um dia de diversão na neve. Aqui está bem mais quente que em Villa la Angostura.
O Fernando da pousada nos deu umas dicas do que fazer e saímos por volta das 11:00 para nosso dia de passeio. Primeiro fomos até o píer do lago Lácar para fazer um passeio de barco até a praia de Quila Quina. É um trajeto de meia hora em barco fechado no estilo Ferry. Quila Quina é uma praia de lago tranquila e com algumas opções de caminhadas que não chegamos a fazer por causa da Helô. Mas dizem que, no verão, é um lugar super badalado e um dos principais destinos em San Martin de los Andes.




Paramos em um restaurante logo no píer para fazer uma boquinha e gostamos bastante da comida. Na verdade, não sei se porque a praia deles não é salgada, mas eles não colocam sal na comida. Tirando esse detalhe persistente na Patagônia, estava uma delícia! Comemos empanadas e uma milanesa com purê do estilo schnitzel.
Depois fomos até o lago Lolog, recomendação do Fernando. Esse é outro lugar bastante requisitado no verão. De fácil acesso, a estrada margeia parte do lago em seu nível. Não é, como nos outros lagos, que a estrada passa bem no alto e existem alguns pontos de descida em rotas menores para acesso às praias públicas.
É um lugar gostoso para passar algumas horas no verão. Mas estava frio e estávamos com o tempo contado e, então, ficamos pouco. Tinha uma família fazendo piquenique lá mesmo no frio.





Helô curtiu mais um banho de banheira, acho que o último na Argentina. Depois saímos para comer alguma coisa rápida porque amanhã é dia de madrugar já que descobrimos por acaso que a querida Latam alterou nosso voo para 3 horas antes sem nos avisar. Então, vamos ter que sair umas 5:30 da manhã.
Encontramos um lugar que é tipo uma rosticeria, parecido com o lugar que fomos ontem quando chegamos. Lá vendia arroz e compramos uma porção com carne para a Helô. Ao lado tinha uma creperia e sentamos lá para dar a comida para a Helô e jantarmos crepes. Como na maioria dos lugares por aqui, fomos muito bem atendidos. As pessoas não estão muito acostumados a trabalhar duro, mas são muito receptivos.
A Lilia disse que amanhã vai acordar cedo para preparar nosso café da manhã. Embora seja um pouco longe da cidade, gostamos muito da pousada! A Helô ficou triste quando dissemos que íamos para outro hotel amanhã. Ela fez uma bela amizade com a Lola e a Luna, as cachorras da pousada.



quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Dia 05 – Rota dos 7 Lagos

Hoje foi dia de cair na estrada rumo a San Martin de los Andes passando pela rota dos 7 Lagos.
O caminho não é muito longo e a estrada é nova e muito bem conservada. Mas é uma viagem cansativa e demorada, principalmente porque vamos parando pelos mirantes na estrada para apreciar as vistas que incluem os principais lagos da região.







Chegamos em San Martin de los Andes por volta das 13:00 e passamos em alguns estabelecimentos pontuais antes de almoçarmos. Às 13:30 em ponto eu fui na loja de câmbio e já estava fechada enquanto a Fabi estava sendo enxotada de outra loja que estava fechando para o descanso da tarde. As pessoas por aqui, no geral, cumprem seus papéis sem stress e o fato de vender acontece mais pela necessidade dos clientes do que pelo esforço dos funcionários. Pelo contrário, eu vivo passando vontade de xingar os funcionários corpo mole que venho percebendo ser um padrão por aqui.
Fomos até a pousada que fica após o outro extremo da cidade, Casona del Alto, onde fomos muito bem atendidos. Os proprietários Fernando e Lilia falam muito bem Português e são muito hospitaleiros.
Por recomendação da Lilia, fomos jantar no KU de los Andes, um restaurante especializado em carnes. Nos espantados com o fato de o restaurante estar aberto às 19:45, mas a alegria foi por pouco tempo. A proprietária do restaurante nos disse que o “parillero” estava a caminho e que só poderíamos fazer nossos pedidos após isso. Ele chegou por volta das 20:15 e, mais uma vez, preparou nossas carnes um ponto acima do que pedimos. A Fabi, como pediu bem passado e aberto ao meio, teve que comer um carvão sabor ojo de bife e a minha carne, apertando bem, saía um pouquinho de suco que deveria estar escorrendo mesmo antes de cortar.
Uma coisa interessante e que vale ressaltar é que não se tem suco por aqui, pelo menos a Patagônia. Raros são os estabelecimentos que oferecem suco natural de laranja e é o caso do KU de los Andes.
E o vinho que tomamos não foi perfeito, mas já foi bem melhor que o que provamos em Villa la Angostura. Vinho é um item relativamente barato aqui na Argentina quando comparado com o que pagamos no Brasil. Mas é só o vinho mesmo. Todo o resto é mais caro. Gostaria que as pessoas que dizem que é barato viajar para a Argentina me explicassem o que estamos fazendo de errado. Talvez em Buenos Aires?


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Dia 04 – Chuva que nada. Villa la Angostura vale a pena de qualquer jeito!

Hoje, conforme previsto, o dia amanheceu chuvoso.
O passeio de barco que queríamos fazer pela manhã não saiu às 11:00 e só teria a saída das 14:30. Aí, tínhamos duas opções: ou íamos até o porto da cidade, na Baía Mansa, ou fazíamos o passeio saindo daqui do Puerto Manzano que fica a 100m da pousada. Como o preço é o mesmo e o barco saindo daqui de perto é bem menor e mais privativo, optamos por ele. O rapaz da pousada nos ajudou com as confirmações e reserva.
Mas, antes, resolvemos, mesmo com chuva, subir até a base do Cerro Bayo já que disseram que as vistas do caminho são lindas! Há uma bela cascata no caminho, mas, tirando isso, não tem muita coisa diferente do que já vimos algumas vezes nesses poucos dias pela Patagônia.





O mais surpreendente, na verdade, ainda estava por vir. A base do Cerro Bayo estava às moscas e a chuva estava apertando. Fomos até a, aparentemente, única loja de aluguel de roupas de neve funcionando no lugar e o responsável ainda não tinha chegado. Mas tinha um senhor lá perto que ligou para ele para acelerá-lo para que pudéssemos subir logo. No meio tempo, conversamos um pouco e esse senhor disse que havia nevado lá em cima essa noite e que a chuva que víamos lá embaixo podia ser neve lá em cima da montanha. Isso nos animou mais e logo o rapaz da loja chegou. Dessa vez, eu e a Fabi alugamos calça e botas para nós além do traje completo da Helô.
Dessa vez já foi bem melhor porque não precisamos nos preocupar em não molhar nossas roupas ou tênis mas aprendemos mais uma coisa. Lá em cima da montanha sempre tem um café, mas o estado de encharcado nos força a descer direto para trocar de roupa. Então queremos, da próxima vez, levar alguma roupa seca conosco para podermos nos trocar (principalmente a Helô) e desfrutar de uma bebida quente com tranquilidade.
Morro acima e tomando chuva já que esse teleférico é daqueles abertos, chegamos lá em cima com uma visão total de neve branca e uma família além de nós.




Foi super divertido! Fizemos boneco de neve e, dessa vez, levamos um graveto conosco para fazer de nariz.


E brincamos à beça de skibunda. Conseguimos fazer um “trenzinho” com o skibunda individual e a Helô se esbaldou.






Em dado momento, para nossa surpresa, começou a nevar. Fraco e com flocos mais cristalizados, mas foi o suficiente para a Helô ter sentido a sensação de ver a neve caindo pela primeira vez.
Antes de irmos embora, subimos muito alto na montanha a duras penas, com neve até para cima das canelas, para fazermos um super trenzinho de skibunda. Quando estávamos nos preparando, a Helô soltou nosso trenó que desceu sozinho até a parte plana, uns 300m abaixo. A gente não sabia se ria, se jogava a Helô junto ou se ia buscar. Enquanto eu estava inclinado a escolher a segunda opção, a Fabi desceu correndo porque havia o risco de o trenó, que ainda descia, virar à direita e cair no penhasco. A descida dela foi hilária! Em dado momento, ela caiu de boca na neve, com as perninhas virando pra cima, num movimento de meia cambalhota. Depois ela disse que engoliu um monte de neve, tadinha.
Ela se recuperou em tempo e levou o trenó de volta para fazermos nossa descida espetacular! Ao final da descida, já do lado do teleférico, a Helô estava toda branca de neve e, enquanto eu tirava o gelo das minhas botas, ela começou a chorar de frio. Disse que estava tudo frio e foi chorando durante toda a descida do teleférico. Lá embaixo, ao trocar a roupa dela, descobrimos o que era. Os pezinhos dela estavam congelando e ela aguentou firme até chegar ao ponto de não suportar mais.
E, voltando ao tema teleférico, já foram tantas subidas e descidas altíssimas que acho que posso dizer que perdi o medo.
Voltamos com o tempo contado para o passeio de barco até o bosque de Arrayanes onde, nos disseram, serviu de inspiração para o cenário do filme do Bambi.
A Helô dormiu no caminho do hotel e acordou para lavar os pés com água quente e quebrar o gelo. Corremos para o píer e chegamos a tempo do passeio.
Foi um passeio prazeroso até o bosque. Paga-se uma taxa de entrada no bosque para manutenção do local, mas o rapaz da pousada e o barqueiro disseram que eles não costumam checar quem pagou e, para garantir, o barqueiro nos emprestou alguns tickets para usarmos se nos pedissem, mas o que não aconteceu. Não é só o Brasil assim.
O local é bem cuidado e bonito. O passeio é todo feito em passarelas de madeira, mas com muitos degraus, o que não permite o acesso de cadeirantes ou carrinhos de bebê. Nós até levamos para a Helô mas acabamos deixando no barco. Por sorte, ela estava animada e fez todo o trajeto a pé, brincando e sem pedir colo.





Depois do passeio, fomos a uma praia pública próxima à pousada para contemplar o sol querendo começar a se por. Na verdade, isso era perto das 18:00 e, nessa época do ano, o sol se põe após às 20:00.
Saímos para jantar às 20:00 e o restaurante que a Camila da pousada nos indicou, o La Tasca, estava fechado. Tentamos alguns outros nas proximidades e foi a mesma coisa. Liguei para a Camila para tentar entender e ela disse para eu voltar ao La Tasca porque o proprietário já estava chegando para abrir o restaurante. Os restaurantes abrem para o jantar às 20:00, mas, como ninguém é de ferro, acabam abrindo sempre um pouquinho mais tarde.
Fomos comer carne Argentina pela primeira vez. Como gosto da carne ao ponto do padrão do Brasil e como sei que na Argentina o ponto é mais mal passado, pedi a minha carne ao ponto mais. Mas veio bem passada e eu não gostei. Tomamos um vinho que não me lembro o rótulo, mas que não nos agradou muito.


terça-feira, 24 de outubro de 2017

Dia 03 – Contra as previsões, diversão em Bariloche

A previsão do tempo para hoje em Bariloche e Villa la Angostura era de chuva o dia todo e estávamos apreensivos quanto à probabilidade de a Helô não conhecer a neve nessa viagem. Porém, contra as previsões, o dia amanheceu levemente nublado e promissor!
Após o café da manhã, passamos rapidamente no centro para, enfim, conseguir trocar algum dinheiro, mas o câmbio estava muito desfavorável e trocamos uma quantidade bastante reduzida. Aí, seguimos rumo ao Cerro Catedral que fechou nas eleições.
Lá em cima estava muito frio, ventando e com uma fina garoa que caía brevemente e com longos intervalos. Hoje vamos ver neve!
Nos recomendaram alugar roupas de neve mas não nos pareceu tão importante, mesmo porque estamos na primavera e deve estar tranquilo lá em cima. Mesmo assim, fomos dar uma olhada. Na primeira loja, sem base nenhuma de preços, achamos caro pagar 700 Pesos pelos trajes de nós 3. A Fabi tentou pechinchar mas o rapaz a deixou falando sozinha e foi embora. Fomos, então, na outra loja que tínhamos visto no estacionamento. Lá estava ainda mais caro. A Fabi tentou negociar para fazerem o mesmo preço da outra loja para não termos que voltar lá, mas não teve conversa. Ao contrário, só conseguiu criar um climão e irritar a vendedora. Bom, acabamos alugando roupa só para a Helô e teleférico acima com o vento apertando.
A subida não tinha fim. Quando eu já estava prestes a pedir para descer, começamos a ver algumas concentrações de neve lá em baixo. Concentração essa que se adensava a cada metro que avançávamos montanha acima.
Enfim, no fim dessa subida (era a única trilha ainda aberta e a mais baixa do parque), não havia nada senão neve! A Helô surtou! Correu, pegou um montinho de neve e jogou no papai para cumprir a promessa da subida.


Foi um passeio que valeu muito a pena! Fizemos boneco de neve...


... brincamos de skibunda...





Quando a Helô começou a dar sinais de cansaço, descemos para ela não ficar com uma imagem negativa do passeio. Saldo: tênis e calças molhados e tivemos que voltar para o hotel para trocar de roupa. Fica a dica: ou alugue roupa para brincar na neve, ou leve uma muda para trocar para ir embora.
Fomos para o centro para, enfim, passear pela Mitri antes de zarparmos de Bariloche. Chegamos um pouco depois das 14:00 e encontramos muitas lojas fechadas e o restaurante que o Nando indicou também estava fechado. Acho que fechou para o almoço. Onde já se viu fecharem as lojas em uma cidade turística como Bariloche? Almoçamos em um restaurante que demos sorte de sermos os últimos aceitos antes de fecharem as portas e finalizaríamos com um rápido passeio já que estávamos de saída para Villa la Angostura.
Compramos alguma coisa numa das lojinhas abertas e perguntei a gentil moça que nos atendeu sobre descontos e quanto ao ato de pechinchar. Foi engraçado que ela até ficou sem graça para responder que não fazem isso por aqui e que o preço da etiqueta é o que vale e as pessoas estão acostumadas que não há negociação. Isso explica muita coisa.
A Helô queria fazer patinação no gelo em um lugar que encontramos na beira do lago mas não ia dar tempo. Aí, entramos na última loja, para comprar uma encomenda, Rapanui, e descobrimos uma pista de patinação dentro da loja! A Helô ficou toda alegria! Foram ela e a Fabi. Caiu um monte, tadinha. Mas saiu radiante, disse que não era tão difícil e que é normal cair. É para aprender.
Pé na estrada! Helô apagou no carro e seguimos por 1:30 até nossa pousada passando por paisagens deslumbrantes!



A pousada, Verde Morada, é simples, mas bem confortável e a recepcionista, Camila, muito atenciosa! Somos os únicos hóspedes daqui e os últimos a chegarem por aqui saíram há uma semana.
Aqui está chovendo um pouco mas bem de leve. Amanhã vamos tentar fazer um passeio de barco até o bosque de Arrayanes e ir no Cerro Bayo para apreciarmos mais vistas fascinantes e tentar a sorte de encontrarmos um pouco mais de neve.


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Dia 02 – Em Bariloche nas eleições do Congresso da Argentina

Pois é, hoje foi dia de eleições. E sabe o que isso significa? Que o país estava fechado. Sim, tudo estava fechado hoje salvas raríssimas exceções.
Logo cedo fomos para o centro de Bariloche para fazer câmbio. A Fabi entrou na única loja aberta para aproveitar e comprar luvas e cachecol que ela esqueceu de trazer de casa e perguntou que horas as lojas abriram. Foi então que descobrimos das famigeradas eleições.
Sem nenhum Peso no bolso, fomos para o Cerro Catedral para a Helô conhecer a neve. O caminho deve ser bonito no inverno, mas agora, na primavera, estava todo seco, sem nenhum sinal de neve que está toda concentrada nos picos da cordilheira. Chegando lá na base da estação de esqui, deserto. Tudo abandonado. Não tinha nem um vigia sequer. Lá nos demos conta da dimensão da paralisação hoje. A principal atração da cidade que vive do turismo estava fechada.
Com a Helô frustrada sem tocar na neve, voltamos ao hotel para tentar buscar alguma outra opção do que fazer. O recepcionista nos lembrou da Ruta Chica e nos indicou o caminho. O dia estava bastante ensolarado, relativamente quente e convidativo para um belo passeio. E foi o que fizemos.
O caminho não se mostrou muito diferente do que já havíamos visto por aqui até o Cerro Llao Llao (se lê Chao Chao) onde tem um famoso hotel que o povo estava tirando fotos. Pode ser suma ignorância, mas passamos batido. Há hotéis em Campos do Jordão mais interessantes para fotos.
Na subida para fazer a volta no Cerro começamos a nos deparar com belíssimas vistas que fizeram valer a pena a curta viagem de meia hora e nos deu uma boa expectativa do que nos espera amanhã quando iniciarmos a rota dos sete Lagos.





Almoçamos num Mirante maravilhoso um pouco mais a frente onde a vista era ainda mais espetacular!




No caminho de volta, coloquei meu medo à prova subindo, de teleférico, o Cerro Campanário. O desafio valeu muito a pena! Mais vistas estonteantes! Lagos cristalinos com a cordilheira ao fundo.






Na volta ao hotel, piscina. Helô começou recentemente fazer natação e estava doidinha para colocar em prática as novas habilidades. O dia hoje estava com a temperatura bastante agradável e a piscina, claro, é aquecida o que, para mim, estava até um pouco desconfortável.
Banho e nova tentativa frustrada de trocar nossos Reais por Pesos Argentinos. Os lugares, no geral, até aceitam Reais, mas aproveitam para aumentar seus lucros usando taxas de conversão absurdas. E cartão de crédito é algo tão incomum que os lojistas só falta querer tirar selfies com nossos cartões quando perguntamos se aceitam. Então, uma coisa que eu aprendi é fazer o câmbio no aeroporto trocando pouco dinheiro por conta do câmbio ruim, mas, pelo menos, se garante um pouco de dinheiro para os primeiros momentos da viagem.
Aproveitamos para tirar fotos do pôr do sol à beira do lago e, pela primeira vez aqui, sentimos frio realmente. O vento gelado soprando do lago estava cortante. Mas o céu estava muito nublado e a vista não estava bonita como ontem quando estávamos chegando no hotel em Bariloche com o sol poente tingindo de dourado as águas geladas do lago Nahuel Huapi.
Meu irmão indicou um restaurante para jantarmos mas, claro, estava fechado. Fomos em um outro que estava vazio e comi um Goulash. Disseram que é a comida típica das montanhas. Eu já tinha comido na República Checa e não tinha gostado muito. Mas esse estava realmente muito bom! A Fabi dividiu um espaguete com a Helô.
A intensão era de passear um pouco pelo centro, mas a Helô estava esgotada e super irritadiça. Então, voltamos para o hotel arrumar as malas e tentar dormir mais cedo para aproveitarmos bem o dia amanhã.
A previsão é de chuva o dia todo. Esperamos que não se confirme para não “melar” nosso passeio no Cerro Catedral de novo e para conseguirmos passear pelo centro de Bariloche antes de partirmos em direção à Villa la Angostura.


domingo, 22 de outubro de 2017

Dia 01 – Viagem para a Argentina e chegada em Bariloche

Dia de madrugar. Nosso voo hoje estava marcado para às 8:10 saindo de Guarulhos, do outro lado da cidade.
Fomos de carro. O custo do estacionamento acaba sendo equivalente ao do taxi. Chegamos rápido e a fila do check-in estava, digamos, obscena. Nessas horas que os programas de fidelidade se pagam. Com a classe Platinum da Latam, passamos por outro guichê muito mais rápido e fomos para a sala VIP da Latam no Terminal 3 para relaxar com mais conforto e fazendo uma boquinha até chegar a hora do embarque.
Como estávamos longe do portão de embarque, não esperamos a chamada para nos dirigir até lá. Porém, fomos surpreendidos com a informação de que o voo atrasaria por problemas técnicos na aeronave e nos dariam mais informações a partir das 9:20. Não tivemos dúvidas e voltamos para o conforto do lounge Latam de onde só saímos quando anunciaram o embarque por volta das 9:30.
Nesse momento eu agradeci o fato de terem mudado o horário do voo de Buenos Aires com atraso de 3 horas sem prévio aviso.
O voo foi bom mas, como previsto, sem muito conforto no A320.
Agradeci de novo a alteração do horário do segundo voo quando empacamos na fila da imigração com apenas 2 guichês operando.
Para a conexão, precisamos dar saída no aeroporto e entrar tudo de novo como se estivéssemos chegando da rua.
Paramos para comer qualquer coisa em um café no saguão de embarque e gastamos nossos primeiros R$ 100,00. Quem foi mesmo que disse que as coisas são baratas na Argentina?
Após mais uma hora e pouco de espera, embarcamos rumo a Bariloche. Ficamos mais de 1 hora parados na pista com a porta aberta sem que ninguém se dignasse a dar qualquer tipo de explicação ou sem qualquer pedido de desculpas. Depois, mais uns 20 minutos parados na fila de decolagem e partimos.
Chegamos em Bariloche por volta das 19:00 quando a expectativa era chegar às 14:00. Isso acabou com nossas chances de fazer qualquer coisa hoje que não fosse pegar o carro e ir para o hotel para não sair mais hoje. Estamos moídos!
Por falar em carro, alugamos pela Rentalcars.com em uma tal de Umove. É um Logan retrô. O porta malas é perfeito para o que precisamos. Trouxemos 3 malas, uma de cada tamanho sendo a média com o expansor aberto e coube tudo sem muito esforço. O “retro” fica por conta da manivela para abrir os vidros e ter que abrir e trancar as portas uma a uma com chave. Para a Helô foi novidade.
A única questão que eu fiquei com a locação do carro é que eu tive que pagar a cadeirinha infantil a parte e tinha certeza que, no momento da locação, estava escrito que era gratuito. Porém, no voucher apareceu mesmo que eu tinha que pagar e, como não tinha provas do contrário, paguei para ser feliz.
Estamos no hotel Villa Huimid que é muito bom! O quarto é limpo, espaçoso e confortável. Só não gostei da recepção que demorou séculos para fazer o check-in. Tirando a disponibilidade do carro alugado, nada até agora na Argentina deixou de ter grandes atrasos e isso me incomoda.
Voltando ao assunto do hotel, não pagamos um preço muito absurdo pela qualidade. Está valendo a pena. Pagamos em torno de US$ 100,00 a noite.
Jantamos por aqui mesmo. Eu pedi uma lasanha de cogumelos, a Fabi, um prato de peixe com macarrão negro e a Helô escolheu um espaguete no menu kids que serviria nós 3.
Chegamos ao anoitecer e não conseguimos registrar com fotos, mas nosso quarto tem uma vista fantástica dos picos nevados, para onde iremos amanhã.

sábado, 21 de outubro de 2017

Argentina, aí vamos nós!

Olá! Após 1 ano e meio, aqui estamos nós de volta, pronto para ganhar os ares desse mundão!
Em abril/2017, nós fomos para a Disney comemorar o aniversário de 3 anos da Helô. Alugamos uma casa e levamos a Bia, nossa sobrinha de 6 anos. Então, realmente, não tivemos tempo para parar e pensar em escrever alguma coisa. Quem sabe algum dia eu volto para contar os pontos mais altos daquela viagem.

Foram só 10 dias de férias e a ideia era fazer uma outra viagem menor, de 10 dias, mais para o fim do ano. Encontramos passagens baratas para a Argentina voando Latam e, enfim, agora em Outubro/2017, nós vamos conhecer a Argentina! Partiremos amanhã bem cedinho para uma viagem de 14 dias.

O roteiro é basicamente:
2 dias em Bariloche
2 dias em Villa la Angostura
2 dias em San Martin de los Andes
3 dias em Buenos Aires
3 dias em San Nicolás que é a cidade onde mora meu irmão. Depois eu conto, mas acho que não é uma cidade para ir turistar.

Nós alugamos um carro pela rentalcars.com em Bariloche e vamos fazer todo esse roteiro da Patagônia dirigindo. Aproveitamos para escolher um hotel melhor do que os do centro de Bariloche, mas mais afastado da cidade.

Nessa época do ano, meados da primavera, o clima já está mais propício para viajar com crianças na Patagônia. Meu irmão foi há algumas semanas e pegou muita neve, o que acabou atrapalhando um pouco o passeio para quem queria ver paisagens e passear pelas cidades.

Como vamos levar a Helô que ainda tem 3 anos, muito frio seria um problema. Por outro lado, ela quer muito conhecer a neve. Nesse ano em particular, o frio avançou um pouco pela primavera e até essa semana nevou na região em alguns momentos. Então, acho que vamos conseguir aproveitar a temperatura mais razoável (3-12º), mas ainda ver neve nos picos.

O Cerro Catedral anunciou que vai estender a temporada esse ano e vamos pegar a estação de esqui aberta. Porém, sem esquiar. Eles dizem que terão outros tipos de atividade. Acho que suficientemente interessantes para a Helô se realizar.

Bom, o intuito é fazer postagens diárias a partir de agora.
Nos acompanhem nessa nova jornada e deixem seus comentários.
Boa viagem para nós!