Hoje,
conforme previsto, o dia amanheceu chuvoso.
O passeio
de barco que queríamos fazer pela manhã não saiu às 11:00 e só teria a saída
das 14:30. Aí, tínhamos duas opções: ou íamos até o porto da cidade, na Baía Mansa,
ou fazíamos o passeio saindo daqui do Puerto Manzano que fica a 100m da
pousada. Como o preço é o mesmo e o barco saindo daqui de perto é bem menor e
mais privativo, optamos por ele. O rapaz da pousada nos ajudou com as
confirmações e reserva.
Mas, antes,
resolvemos, mesmo com chuva, subir até a base do Cerro Bayo já que disseram que
as vistas do caminho são lindas! Há uma bela cascata no caminho, mas, tirando isso,
não tem muita coisa diferente do que já vimos algumas vezes nesses poucos dias
pela Patagônia.
O mais
surpreendente, na verdade, ainda estava por vir. A base do Cerro Bayo estava às
moscas e a chuva estava apertando. Fomos até a, aparentemente, única loja de
aluguel de roupas de neve funcionando no lugar e o responsável ainda não tinha
chegado. Mas tinha um senhor lá perto que ligou para ele para acelerá-lo para
que pudéssemos subir logo. No meio tempo, conversamos um pouco e esse senhor disse
que havia nevado lá em cima essa noite e que a chuva que víamos lá embaixo
podia ser neve lá em cima da montanha. Isso nos animou mais e logo o rapaz da
loja chegou. Dessa vez, eu e a Fabi alugamos calça e botas para nós além do
traje completo da Helô.
Dessa vez
já foi bem melhor porque não precisamos nos preocupar em não molhar nossas
roupas ou tênis mas aprendemos mais uma coisa. Lá em cima da montanha sempre
tem um café, mas o estado de encharcado nos força a descer direto para trocar
de roupa. Então queremos, da próxima vez, levar alguma roupa seca conosco para podermos
nos trocar (principalmente a Helô) e desfrutar de uma bebida quente com tranquilidade.
Morro acima
e tomando chuva já que esse teleférico é daqueles abertos, chegamos lá em cima
com uma visão total de neve branca e uma família além de nós.




Foi super
divertido! Fizemos boneco de neve e, dessa vez, levamos um graveto conosco para
fazer de nariz.


E brincamos
à beça de skibunda. Conseguimos fazer um “trenzinho” com o skibunda individual
e a Helô se esbaldou.






Em dado
momento, para nossa surpresa, começou a nevar. Fraco e com flocos mais
cristalizados, mas foi o suficiente para a Helô ter sentido a sensação de ver a
neve caindo pela primeira vez.
Antes de
irmos embora, subimos muito alto na montanha a duras penas, com neve até para
cima das canelas, para fazermos um super trenzinho de skibunda. Quando estávamos
nos preparando, a Helô soltou nosso trenó que desceu sozinho até a parte plana,
uns 300m abaixo. A gente não sabia se ria, se jogava a Helô junto ou se ia
buscar. Enquanto eu estava inclinado a escolher a segunda opção, a Fabi desceu
correndo porque havia o risco de o trenó, que ainda descia, virar à direita e
cair no penhasco. A descida dela foi hilária! Em dado momento, ela caiu de boca
na neve, com as perninhas virando pra cima, num movimento de meia cambalhota. Depois
ela disse que engoliu um monte de neve, tadinha.
Ela se
recuperou em tempo e levou o trenó de volta para fazermos nossa descida espetacular!
Ao final da descida, já do lado do teleférico, a Helô estava toda branca de
neve e, enquanto eu tirava o gelo das minhas botas, ela começou a chorar de
frio. Disse que estava tudo frio e foi chorando durante toda a descida do
teleférico. Lá embaixo, ao trocar a roupa dela, descobrimos o que era. Os pezinhos
dela estavam congelando e ela aguentou firme até chegar ao ponto de não
suportar mais.
E, voltando
ao tema teleférico, já foram tantas subidas e descidas altíssimas que acho que
posso dizer que perdi o medo.
Voltamos com
o tempo contado para o passeio de barco até o bosque de Arrayanes onde, nos
disseram, serviu de inspiração para o cenário do filme do Bambi.
A Helô
dormiu no caminho do hotel e acordou para lavar os pés com água quente e
quebrar o gelo. Corremos para o píer e chegamos a tempo do passeio.
Foi um
passeio prazeroso até o bosque. Paga-se uma taxa de entrada no bosque para
manutenção do local, mas o rapaz da pousada e o barqueiro disseram que eles não
costumam checar quem pagou e, para garantir, o barqueiro nos emprestou alguns tickets
para usarmos se nos pedissem, mas o que não aconteceu. Não é só o Brasil assim.
O local é
bem cuidado e bonito. O passeio é todo feito em passarelas de madeira, mas com
muitos degraus, o que não permite o acesso de cadeirantes ou carrinhos de bebê.
Nós até levamos para a Helô mas acabamos deixando no barco. Por sorte, ela
estava animada e fez todo o trajeto a pé, brincando e sem pedir colo.
Depois do
passeio, fomos a uma praia pública próxima à pousada para contemplar o sol
querendo começar a se por. Na verdade, isso era perto das 18:00 e, nessa época
do ano, o sol se põe após às 20:00.
Saímos para
jantar às 20:00 e o restaurante que a Camila da pousada nos indicou, o La
Tasca, estava fechado. Tentamos alguns outros nas proximidades e foi a mesma
coisa. Liguei para a Camila para tentar entender e ela disse para eu voltar ao
La Tasca porque o proprietário já estava chegando para abrir o restaurante. Os restaurantes
abrem para o jantar às 20:00, mas, como ninguém é de ferro, acabam abrindo sempre
um pouquinho mais tarde.
Fomos comer
carne Argentina pela primeira vez. Como gosto da carne ao ponto do padrão do
Brasil e como sei que na Argentina o ponto é mais mal passado, pedi a minha
carne ao ponto mais. Mas veio bem passada e eu não gostei. Tomamos um vinho que
não me lembro o rótulo, mas que não nos agradou muito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário