quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Dia 04 – Chuva que nada. Villa la Angostura vale a pena de qualquer jeito!

Hoje, conforme previsto, o dia amanheceu chuvoso.
O passeio de barco que queríamos fazer pela manhã não saiu às 11:00 e só teria a saída das 14:30. Aí, tínhamos duas opções: ou íamos até o porto da cidade, na Baía Mansa, ou fazíamos o passeio saindo daqui do Puerto Manzano que fica a 100m da pousada. Como o preço é o mesmo e o barco saindo daqui de perto é bem menor e mais privativo, optamos por ele. O rapaz da pousada nos ajudou com as confirmações e reserva.
Mas, antes, resolvemos, mesmo com chuva, subir até a base do Cerro Bayo já que disseram que as vistas do caminho são lindas! Há uma bela cascata no caminho, mas, tirando isso, não tem muita coisa diferente do que já vimos algumas vezes nesses poucos dias pela Patagônia.





O mais surpreendente, na verdade, ainda estava por vir. A base do Cerro Bayo estava às moscas e a chuva estava apertando. Fomos até a, aparentemente, única loja de aluguel de roupas de neve funcionando no lugar e o responsável ainda não tinha chegado. Mas tinha um senhor lá perto que ligou para ele para acelerá-lo para que pudéssemos subir logo. No meio tempo, conversamos um pouco e esse senhor disse que havia nevado lá em cima essa noite e que a chuva que víamos lá embaixo podia ser neve lá em cima da montanha. Isso nos animou mais e logo o rapaz da loja chegou. Dessa vez, eu e a Fabi alugamos calça e botas para nós além do traje completo da Helô.
Dessa vez já foi bem melhor porque não precisamos nos preocupar em não molhar nossas roupas ou tênis mas aprendemos mais uma coisa. Lá em cima da montanha sempre tem um café, mas o estado de encharcado nos força a descer direto para trocar de roupa. Então queremos, da próxima vez, levar alguma roupa seca conosco para podermos nos trocar (principalmente a Helô) e desfrutar de uma bebida quente com tranquilidade.
Morro acima e tomando chuva já que esse teleférico é daqueles abertos, chegamos lá em cima com uma visão total de neve branca e uma família além de nós.




Foi super divertido! Fizemos boneco de neve e, dessa vez, levamos um graveto conosco para fazer de nariz.


E brincamos à beça de skibunda. Conseguimos fazer um “trenzinho” com o skibunda individual e a Helô se esbaldou.






Em dado momento, para nossa surpresa, começou a nevar. Fraco e com flocos mais cristalizados, mas foi o suficiente para a Helô ter sentido a sensação de ver a neve caindo pela primeira vez.
Antes de irmos embora, subimos muito alto na montanha a duras penas, com neve até para cima das canelas, para fazermos um super trenzinho de skibunda. Quando estávamos nos preparando, a Helô soltou nosso trenó que desceu sozinho até a parte plana, uns 300m abaixo. A gente não sabia se ria, se jogava a Helô junto ou se ia buscar. Enquanto eu estava inclinado a escolher a segunda opção, a Fabi desceu correndo porque havia o risco de o trenó, que ainda descia, virar à direita e cair no penhasco. A descida dela foi hilária! Em dado momento, ela caiu de boca na neve, com as perninhas virando pra cima, num movimento de meia cambalhota. Depois ela disse que engoliu um monte de neve, tadinha.
Ela se recuperou em tempo e levou o trenó de volta para fazermos nossa descida espetacular! Ao final da descida, já do lado do teleférico, a Helô estava toda branca de neve e, enquanto eu tirava o gelo das minhas botas, ela começou a chorar de frio. Disse que estava tudo frio e foi chorando durante toda a descida do teleférico. Lá embaixo, ao trocar a roupa dela, descobrimos o que era. Os pezinhos dela estavam congelando e ela aguentou firme até chegar ao ponto de não suportar mais.
E, voltando ao tema teleférico, já foram tantas subidas e descidas altíssimas que acho que posso dizer que perdi o medo.
Voltamos com o tempo contado para o passeio de barco até o bosque de Arrayanes onde, nos disseram, serviu de inspiração para o cenário do filme do Bambi.
A Helô dormiu no caminho do hotel e acordou para lavar os pés com água quente e quebrar o gelo. Corremos para o píer e chegamos a tempo do passeio.
Foi um passeio prazeroso até o bosque. Paga-se uma taxa de entrada no bosque para manutenção do local, mas o rapaz da pousada e o barqueiro disseram que eles não costumam checar quem pagou e, para garantir, o barqueiro nos emprestou alguns tickets para usarmos se nos pedissem, mas o que não aconteceu. Não é só o Brasil assim.
O local é bem cuidado e bonito. O passeio é todo feito em passarelas de madeira, mas com muitos degraus, o que não permite o acesso de cadeirantes ou carrinhos de bebê. Nós até levamos para a Helô mas acabamos deixando no barco. Por sorte, ela estava animada e fez todo o trajeto a pé, brincando e sem pedir colo.





Depois do passeio, fomos a uma praia pública próxima à pousada para contemplar o sol querendo começar a se por. Na verdade, isso era perto das 18:00 e, nessa época do ano, o sol se põe após às 20:00.
Saímos para jantar às 20:00 e o restaurante que a Camila da pousada nos indicou, o La Tasca, estava fechado. Tentamos alguns outros nas proximidades e foi a mesma coisa. Liguei para a Camila para tentar entender e ela disse para eu voltar ao La Tasca porque o proprietário já estava chegando para abrir o restaurante. Os restaurantes abrem para o jantar às 20:00, mas, como ninguém é de ferro, acabam abrindo sempre um pouquinho mais tarde.
Fomos comer carne Argentina pela primeira vez. Como gosto da carne ao ponto do padrão do Brasil e como sei que na Argentina o ponto é mais mal passado, pedi a minha carne ao ponto mais. Mas veio bem passada e eu não gostei. Tomamos um vinho que não me lembro o rótulo, mas que não nos agradou muito.


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