quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Dia 12 – 29/09

Ciao! Tiramos o dia de férias hoje. Acordamos tarde, caminhamos pouco e fizemos um dia light.
Em Montepulciano, porém, tivemos momentos agradáveis começando no café da manhã. O Roberto, do Hotel La Terrazza, nos serviu o café trazendo as delícias até nossa mesa. E ele não parava mais de trazer comida! É um figurassa italianíssimo! Ele nos ensinou a comer pão italiano com queijo pecorino (um tipo de queijo típico da Toscana) cobertos de mel. Eu nunca pensaria em fazer uma coisa dessas, mas não é que fica bom mesmo? A Fabi não gostou. O Roberto também produz vinho e compramos uma garrafa depois de passarmos alguns minutos conversando.
Depois de comer tanta coisa, saímos para passear pela cidade e fomos em algumas enotecas. Em uma delas, descemos até a “cantina” do século XV, um labirinto repleto de barris de carvalho com vinhos repousando. Na saída, aproveitamos para degustar um pouco mais do vinho Montepulciano. Tinham outras enotecas com visitação subterrânea, mas não chegamos a ir.



Passeamos pela Piazza Grande e o restante da cidadezinha e fomos procurar um restaurante na estrada que fizesse degustação de vinho e comida típica.





No caminho, paramos em uma igreja interessante aos pés da cidade. É uma bela e grande igreja por fora, mas, entrando, é um espaço pequeno e aconchegante.


Encontramos o restaurante que o rapaz do centro de informações de Montepulciano nos indicou, mas eles não tinham degustação propriamente dita. Não passava de uma tábua de frios com uma taça de vinho Rosso Nobile. Comemos (na verdade eu comi quase tudo já que a Fabi não come delícias como presunto parma, salame e copa) e, depois, dividimos um prato de Pici al Ragú (à bolonhesa). Estava bom, mas não se compara ao que jantei ontem. No restaurante, eles tinham um pacote de Pici com os ingredientes para fazer o molho de trufa. Compramos e não vejo a hora de fazer quando chegar em casa. É claro que não vai ficar igual, mas espero que, pelo menos, lembre do sabor de ontem.
De lá, com grande pesar, fomos embora da Toscana e a Fabi foi dirigindo durante as quase 2 horas de viagem. Passamos nossa marca dos primeiros 1000 quilômetros rodados e chegamos a Sutri.
O hotel é de 4 estrelas e o quarto é legal e tem elevador no hotel. Só faltou mesmo uma piscina para afastar o calorão que estamos sentindo aqui.


Jantamos aqui no hotel mesmo e pedimos apenas o primo piato como estamos acostumados em fazer. Porém, nossos pratos vieram com 6 raviolis cada, o que apenas nos abriu o apetite. Tivemos, então, que dividir o secondo piato e, por falta de opção, pedimos bisteca de novo (mas não a Fiorentina). Sorte que estava muito boa dessa vez. Mais fina e com menos capa de gordura. Para terminar, a Fabi pediu um expresso típico italiano. O expresso aqui, como já tínhamos lido em alguns blogs, é super curto e bem forte. Gostamos bastante.

Dia 11 – 28/09

Vai ser difícil descrever o que vimos e sentimos hoje. O que posso dizer é que estamos apaixonados pela Toscana!
Acordamos, hoje, ao som do canto dos pássaros depois de dias acordando com os sinos das igrejas e de carros e pessoas passando pelas ruas.


Deixamos nosso hotel de pedras na fazenda do interior da Toscana e seguimos rumo outras cidadelas medievais. Comi o pêssego que tinha comprado em Florença e, se soubesse que estaria tão doce assim, teria comprado logo 1 quilo.
A primeira cidade que visitamos foi a Colle di Val D´essa. Cidade também medieval e fortificada, mas sem o apelo para o turismo. Chegamos por volta das 9:30 e estava tudo fechado com exceção a um café onde, por sorte, tomamos nosso café da manhã. Pagamos menos do que esperávamos por deliciosos croissants recheadas de creme acompanhadas por cappuccinos. Andamos pela cidade toda que é bem comprida e estava toda fechada. Quando saímos para pegar o carro, ouvimos o galo cantar. Então, provavelmente o fuso horário deles seja outro.


Seguimos viagem para Monteriggioni que já estava bem mais ativa. A cidade fortificada é minúscula e muito charmosa. Com a muralha todinha preservada, subimos no lado sul e depois no norte, que são as partes abertas para o turismo e conseguimos ter uma visão ainda mais privilegiada do povoado e da Toscana. Logo que chegamos, vimos 2 carros super antigos na praça (um deles, uma Ferrari) e achamos interessante. Quando estávamos indo embora, entendemos que era uma exposição de carros já que a praça estava completamente tomada por eles. Eram Ferraris, BMW, Porche e diversos outros fabricantes que não conseguimos identificar. Parecia que estávamos vendo aqueles vídeos em preto e branco que passam, às vezes, no Auto Esporte, com os carros de corrida antigos. Uma beleza de se ver!








Estávamos estritamente dentro do nosso horário programado e partimos para Siena, sem dúvida, a maior cidade que veríamos hoje. É claro que, como qualquer cidade grande, não foi tão fácil estacionar. Conseguimos encontrar um estacionamento não tão longe do centro histórico mas, que para chegar até lá para visitar, tivemos que subir uma bela de uma rampa. A cidade, por ser muito maior e muito mais movimentada, é mais turística do que medieval, mas, mesmo assim, imperdível. Passamos pela Piazza del Campo que, interessantemente, tem o formato de um leque, toda inclinada. Bem em frente está o campanário que, por sorte, resolvemos não pagar para subir. Digo por sorte porque a 2 quadras dali está o Duomo e, que, pagando um pouco mais, pode-se visita-lo, bem como o batistério, museu e a vista panorâmica que se equipara à do campanário. O Duomo é um misto do que vimos em Milão, pela fachada toda trabalhada no estilo gótico e do que acabamos de ver em Florença pelo belo trabalho em mármores coloridos. Seu interior também é dos mais bonitos já que segue o mesmo estilo de mármore do exterior. O batistério tem 3 pequenas obras de Donatelo. É claro que, com isso tudo, acabamos nos atrasando um pouco com o roteiro e resolvemos comer um pedaço de pizza sentados na Piazza del Campo para ser mais rápido. Mesmo sentados no chão, conseguimos ficar apreciando a vista da Piazza que funciona como um anfiteatro. A pizza não era das melhores, mas enganou nossa fome.






Seguimos rumo a Montalcino, passando, sempre, por paisagens Toscanas deslumbrantes. Pena que não estamos na época de plantação e a maior parte do campo está sem verde algum, com exceção às videiras que vimos quando chegamos mais próximos à cidade de Montalcino. Mas, mesmo assim, é uma vista magnífica!




Chegamos em Montalcino um pouco atrasados e tivemos que fazer uma visita mais panorâmica. A cidade segue o mesmo padrão das outras e também vale a visita. Por ser uma cidade muito alta, dá uma vista magnífica da Toscana. Essa região é muito conhecida pelo vinho Brunelo. Degustamos um pouco de vinho e compramos uma garrafa. Já era fim de tarde e não se via muito movimento pela cidade. Talvez os turistas que estão em outras cidades base já tivessem saído.


A chegada em Montepulciano aconteceu no fim da tarde e, é claro, nos perdemos dentro do labirinto de ruas. O hotel é tudo de bom! Tem até uma antessala com lareira e a dona do hotel é muito receptiva e simpática. Como não conhecemos a cidade ainda, o que deve ficar para amanhã, aceitamos a sugestão da dona do hotel e fomos jantar em um dos lugares que ela indicou e que fica aqui perto. Lembrem o nome do restaurante que, na verdade, se intitula Bar e Pizzaria: Tratoria di Cognano.
Eu passaria o restante das minhas férias aqui só para comer nesse restaurante todos os dias de novo. Não me lembro quando foi a última vez que senti tanto prazer com uma comida. Pedimos bruscheta como entrada e estava deliciosa! Segundo a Fabi, essa, sim, é a verdadeira bruscheta italiana e não a que tínhamos comido na noite anterior em San Gimignano. Tudo foi regado ao delicioso vinho Rosso Nobile del Poliziano e meu prato foi Pici a Tortufo. A Fabi comeu um prato que ela não lembra o nome, mas que são como raviólis gigantes com queijo Pecorini e folhas vermelhas. Ela adorou! Sim, estava muito bom, mas nada comparado ao meu prato. Pici é uma massa típica Toscana, que nada mais é do que um espaguete só que muito mais espesso e eu nunca tinha comido a famosa trufa. Que delícia! Comi muito devagar com dó de acabar logo a apreciação de um prato tão saboroso. Para fechar, comemos profiterolis de sobremesa. É uma versão que também não conhecíamos e vem coberta de mousse de chocolate e acompanhada de creme. Jantar nota 10! Estamos realmente adorando a Itália e sua culinária!



Elaine, por favor, volta pra Itália pra comer direito!
Estamos tristes porque amanhã deixaremos a Toscana que, certamente, deixará muitas saudades.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Dia 10 – 27/09

Hoje, para manter o pique, acordamos cedo e fomos direto ao Duomo que, por sinal, é lindo! É a igreja mais bonita que vimos até agora na Europa (o exterior apenas)!



Quando chegamos lá, a igreja ainda não tinha aberto e já tinha uma fila razoável. Resolvemos, então, conhecer os outros pontos para depois voltar à igreja depois de aberta e com fila menor.
Passamos pela Piazza della Signoria, onde fica o Castel Vechio e é uma praça encantadora com algumas esculturas a céu aberto.



Logo na esquina estava o Museu Uffuzi que era uma das principais atrações do nosso roteiro. Porém, infelizmente, a fila estava definitivamente desanimadora e, como estávamos com o tempo corrido, acabamos não indo. A Claudia vai me matar porque não fomos em nenhum museu em Florença, mas prometo que vou da próxima vez.
Alguns metros adiante estava a Ponte Vechio, super famosa pela idade já que foi a primeira construída em Florença e pela venda de jóias. Não tivemos condições de comprar nenhuma, mas a Fabi ficou com vontade, tadinha.


Voltamos, então para o Duomo e a fila estava imensa! Respiramos fundo e entramos na fila para visitar a igreja. Não subimos na cúpula e nem no campanário conforme sugestões da Cláudia e da Paula. Nunca fiquei numa fila tão interessante como dessa vez. Tinha um professor americano bem atrás de nós dando aula de história para um grupo afortunado de alunos que foi ver de perto o conteúdo das aulas e acabamos aprendendo muito sobre Florença e o Duomo.
A igreja por dentro não é tão majestosa como por fora e deixou um gostinho de quero mais.


Como estávamos perto do hotel e como o próximo destino era perto de onde o carro estava estacionado, resolvemos levar as malas até o carro primeiro. Foi uma bela caminhada arrastando as malas pelas ruas de pedras e ficamos aliviados com o fato de termos tirado o carro de onde paramos pela primeira vez na noite anterior já que um mercado com suas barracas estava armado bem no local. Teríamos que buscar o carro no pátio se não o tivéssemos tirado de lá.
Passeamos pelo mercado e eu comprei um belo pêssego que ainda não consegui comer e compramos pedaços de queijo, alguns tomates secos e pedaços de um tipo de salame que não me lembro o nome. Comemos sentados na escadaria da Santa Croce e o salame estava divino!

A Santa Croce não tem absolutamente nada a ver com a de Paris. É uma igreja grande, sim, e até que não é feia por fora. Mas, por dentro, o que tinha eram algumas poucas obras de arte e tumbas. Muitas tumbas. Das pessoas mais ilustres ali repousando podemos citar Dante Alighieri, Machiavel, Galileu Galilei e Michelangelo.




Fomos, então, pegar o carro para irmos até San Gimignano e tivemos uma nova surpresa. Na noite passada perguntamos quanto era a tarifa por 24 horas e a pessoa que nos atendeu disse que seriam 20 euros. Eu perguntei de novo e ele me disse, grosseiramente, que eram 20 euros. Hoje, a pagar o ticket, o valor era de 35 euros até o momento que estávamos saindo, que tinha dado umas 15 horas. Falamos com a pessoa que estava trabalhando lá e ele disse que era isso mesmo e que não podia fazer nada. Deu vontade de passar com a roda do carro em cima da cabeça dele, mas tivemos que pagar. Então, lição aprendida: nem pense em ir de carro para Florença. Essa cidade não suporta carros. Vá de trem.
O caminho para San Gimignano foi curto e que visão agradável quando chegamos aqui! A cidade é, realmente, o que vemos nas fotos. É toda fortificada, com todo o seu interior preservado, com as construções todas medievais. Eu fiquei pasmo e me sentindo na época das cruzadas. É, sem dúvida, o lugar mais impressionante que eu já pude ver. Passamos algumas horas passeando pelas ruelas e em torno da muralha e fomos, realizados para o hotel.





O hotel de hoje fica fora da cidade e não tivemos problema em encontra-lo e estacionar o carro. Porém, ao chegar, tivemos mais uma desagradável surpresa: ele estava fechado.
Como esse hotel fica dentro de uma fazenda, conseguimos encontrar umas pessoas daqui que, é claro, não falam uma palavra em inglês, então pedimos ajuda com meu super avançado italiano. Conseguimos descobrir que, realmente, não tem ninguém aqui e que eles só vêm abrir quando chega hóspede. Conseguimos uma boa alma que ligasse para a pessoa que chegou em 20 minutos para abrir a porta. Essa moça também não fala inglês mas é muito simpática e conversamos um pouco em italiano. Ela deixou as chaves do hotel conosco e foi embora. Estamos, agora, sozinhos, num hotel de pedras, dentro de uma fazenda, no meio da Toscana. Estou passado pela segunda vez. É uma sensação incrível olhar para os lados e ver todas as paredes de pedras de uma construção de vários séculos atrás. Para quem assistiu o filme Recém Casados, estamos em um quarto parecido com o do primeiro hotel que o casal foi passar a noite na França.

Voltamos para as fortificações de San Gimignano para jantar. A Fabi comeu risoto funghi já que estava com vontade de comer arroz e eu experimentei o gnochi daqui. Não gostei muito do meu prato e a Fabi adorou o dela. Ah, e comemos bruscheta de entrada. É bem diferente da nossa e a Fabi prefere a adaptada brasileira.


Amanhã vamos continuar na Toscana e seguir viagem até Montepulciano passando por outras cidades medievais no caminho.