Estou,
enfim, me acostumando com a mão inglesa, mas que fazer o balão o contrário é
surreal, isso é.
Acordamos mais
cedo hoje e fomos até a Table Mountain. O dia não estava tão bonito como ontem,
mas a montanha estava toda exposta, pronta para a nossa visita.
O percurso
foi tranquilo e estacionamento não falta, mas os carros vão estacionando pela
estrada na montanha. Portanto, parando antes da entrada do funicular ou depois,
vai-se pegar subida em uma das direções. Nós paramos a uns 200 metros da
entrada. Tudo ok.
O funicular
comporta algumas dezenas de pessoas e a espera não chega a ser torturante. O bacana
é que a cabine tem o chão rotatório, o que permite que todos vejam a paisagem
em 360º durante a subida ou descida.
A vista lá
de cima realmente vale a pena. Na chegada, indo para o lado esquerdo, se tem a
vista da cidade, incluindo o porto, V&A Waterfront, e o belo Cape Town
Stadium.
Há 3
trilhas tranquilas a se fazer lá em cima, mudando apenas a extensão. Segundo o
parque, as trilhas devem levar em torno de 15, 30 e 45 minutos dependendo da
extensão escolhida. Como a Helô estava indo muito bem e toda feliz por estar
escalando pequenas montanhas, fomos estendendo e acabamos fazendo a maior, o
que se mostrou valer muito a pena. Isso porque o final da trilha, antes do
caminho de volta, é justamente numa imensa fenda na grande montanha, o que nos
dá uma incrível vista para um grande desfiladeiro.
Já quase na
metade do caminho de volta fomos surpreendidos por uma chuva inesperada de
média intensidade. Tivemos que apertar o passo, mas a chuva passou no
finalzinho do percurso, o que nos permitiu contemplar a vista do outro lado da
montanha com as belíssimas praias de Cape Town e as terras mais ao sul, caminho
para o Cabo da Boa Esperança.
Como o sol
abriu novamente, e com força, trocamos nosso roteiro novamente e, ao invés de
ir para o V&A Waterfront, fomos para as praias. A primeira que fomos foi a
Clifton 3 e 4. Linda praia com umas grandes pedras completando a decoração e
emoldurando o mar verde com tom de esmeralda. Areia fofa e pouca gente curtindo
essa paisagem. Tudo perfeito se não fosse a temperatura da água que é
simplesmente horrível de fria. Nem a Helô, que estava morrendo de vontade de
entrar, se aventurou a colocar os pés na água por mais de uma vez. Tinham umas
duas pessoas pagando algum tipo de promessa dentro da água.
Como não
estávamos preparados com roupas adequadas para a praia, voltamos para o
apartamento para almoçar, trocar de roupa e a Helô tirar um cochilo. Depois,
fomos assistir ao pôr do sol na praia de Camps Bay. Belíssimo pôr do sol! A Helô
fez umas amiguinhas sul-africanas, mas não conseguia conversar com elas em
inglês, tadinha. Mesmo assim se divertiram um bocado.
Vale expor
uma situação muito comum por aqui. Em todos os semáforos tem gente pedindo
ajuda, nas ruas tem gente pedindo comida, em todas as ruas tem gente para olhar
os carros. Eles não são agressivos, mas são insistentes. E é de dar dó. É notável
a situação deprimente deles e dá vontade de ajudar todos. Nos restaurantes, se
você se sentar ao lado de fora, nas calçadas, certamente será abordado por
alguém pedindo ajuda. Tem situações que isso se torna pelo menos desagradável,
como é o caso de você sendo abordado enquanto tenta ter uma refeição tranquila.
Ou, como o que aconteceu conosco, na praia. Mal nos sentamos e começaram a
chegar as pessoas como que em fila tentando vender alguma coisa (cerveja,
sorvete, artesanatos). Acho que o pessoal via que dávamos atenção e chegavam
aos montes. Até que nos cansamos da situação, já que não conseguíamos ter
tranquilidade na praia, fomos um pouco mais ríspidos com duas pessoas e pararam
de se aproximar.
De qualquer
forma, o país deles é tão bonito e eles vivem em situação por vezes tão
miserável que acho que devemos, de alguma forma, ajudar. É como pensar que é um
imposto que muitos lugares cobram simplesmente para nos hospedarmos.
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