Hoje nosso telefone
tocou às 5:30 da manhã. Era o nosso ranger nos acordando para nos encontrarmos
em meia hora para sairmos para nosso último game driver.
A Helô, diferente
das expectativas, acordou toda cheia de energia e pronta para o game. Ela estava
aguardando ansiosamente o dia de acordar à noite para sair e ver os animais.
Saímos com
o dia ainda escuro, com densa camada de nevoeiro e sob os rugidos dos leões que
pareciam estar bem ativos. De qualquer forma, hoje o plano era encontrar os
rinocerontes mais de perto.
A névoa
estava tão densa que mal podíamos distinguir os antílopes que estavam há poucos
metros de distância. Isso dificultava as coisas para nós, mas, segundo nosso
ranger, era o ambiente propício para os leões que, com a visão perfeita, se beneficiavam
da dificuldade de enxergar em profundidade de suas presas. Não demorou muito e
encontramos as primeiras pegadas frescas dos leões. Pouco mais a frente, bingo!
Encontramos nada menos que 6 leões caminhando pela estrada. 2 jovens machos
treinavam ataque e luta entre eles. Chegamos tão perto que nos misturamos a
eles que, por vezes, para nosso desespero, rodeavam nosso 4x4. A visão do
amanhecer na selva com aquela névoa que deixava um clima de mistério no ar e
rodeados por leões buscando sua caça era fantástica e eletrizante!
Passamos muito
tempo próximos a eles até que os deixamos partir sós. Nosso ranger parecia
estar em êxtase! Segundo ele, isso era muito raro de se ver.
Subimos em
uma colina para termos uma ampla visão do campo aberto abaixo para tentar
localizar rinocerontes e, à primeira olhada, encontramos mãe e filha próximas à
estrada. Um pouco mais de procura e encontramos uns 3 ou 4 mais no meio do
campo.
Descemos e
demos sorte de eles terem todos se deslocado para bem próximo da trilha. E Helô
disse que queria vê-los correndo, mas o ranger nos alertou que esse era o único
animal que jamais deveríamos querer ver correr porque é perigosíssimo! O bicho
invocado dá conta de virar um carro daquele tamanho.
Na volta ao
lodge, ainda fomos presenteados com algumas raposas escondidas no mato a uns
100m de distância.
O safari
foi uma experiência fantástica! Não nos imaginamos mais visitando nenhum
zoológico. Primeiro porque perde a graça já que passamos por toda a emoção da experiência
de ver esses animais na selva. Segundo porque dá dó de ver os bichos em
cativeiro conhecendo um pouco mais da natureza deles.
Vimos 4 dos
Big 5. Sabíamos que seria muito difícil encontrar os leopardos. Mesmo no
Kruger, principal safari da África do Sul, não se encontram os Leopardos todos
os dias. Segundo nosso ranger, o Kruger tem uma área absurdamente maior e é uma
área de floresta que nunca foi alterada pelo homem. Em todos os demais locais,
inclusive Shamwari, grande parte da área já foi transformada em fazenda e, nas
últimas décadas, com a evolução da consciência sobre a natureza, os animais
foram levados de volta para esses locais que passaram a ser reservas privadas. No
Kruger, também tem a diferença de vegetação que é a savana e não o semiárido
como no West Cape. A savana deve ser um espetáculo à parte.
Como no
Kruger não são permitidos os game drives para crianças mais novas do que 6
anos, quem sabe se em nossa próxima visita à África do Sul vamos para lá com a
Helô?
Ainda sobre
Shamwari, é um passeio extremamente caro, mas nada é tão caro que não possa
aumentar. Na semana que vem eles vão fechar o lodge que ficamos, o Riverdene,
para uma reforma de alguns meses e a expectativa é que, com a reabertura,
passem a cobrar o dobro.
Tomamos nosso
café da manhã e saímos em direção ao pequeno aeroporto de Port Elizabeth. Devolvemos
nossa Toyota Rav4 com aperto no coração porque é um ótimo carro, porque vamos
perder nossa mobilidade e principalmente porque nossas férias estão acabando. Agora
só faltam alguns poucos dias em Johanesburgo e voltaremos para casa.
Em Johanesburgo,
pagamos mais de R600 no taxi para Sandton, um absurdo! Descobrimos depois que
tem um trem direto do aeroporto para uma estação muito próxima ao hotel, mas a
passagem também é cara e temos bastante bagagem.
Sandton é
uma área bem desenvolvida no norte da cidade e aqui estão instalados os
escritórios de várias grandes empresas. Estamos hospedados no Radisson Sandton
próximo à estação de trem e somos os únicos turistas em férias. O resto do
pessoal é tudo turismo de negócios, o que nos devolve um pouco mais à nossa
realidade de São Paulo. O Complexo de Sandton é bem bonito e moderno e tem um
grande shopping no terceiro andar de todo o complexo que envolve torres
empresariais e hotéis. Foi difícil encontrar o bendito shopping porque não tem
entrada para pedestres para o mesmo. A entrada deve ser feita pelas torres
empresariais, pelos hotéis ou pelos estacionamentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário