Cultura inútil: em todos os
banheiros que passamos durante toda a nossa viagem até agora, o que inclui os
dos hotéis em que nos hospedamos, do metrô, museus etc, tem a escovinha de
lavar a privada. Não sabemos ao certo o motivo, mas suspeito que seja porque se
come muita carne de porco por aqui. Ainda sobre os banheiros, em todos os
hotéis que ficamos até agora, o que nos leva a crer ser um padrão, o
interruptor da lâmpada do banheiro fica do lado de fora.
Nossa viagem foi longa mas com
vistas espetaculares! Passamos por um castelo já praticamente em ruinas
construído no alto de uma montanha de pedras, pena que não conseguimos tirar
foto. Como estamos passando por uma região muito montanhosa, a estrada tem
muitas curvas e túneis e, não sabemos o porquê, mas alguns semáforos em plena
estrada sem que haja nenhum cruzamento. Numa dessas paradas, o motorista do
Mini Cooper da frente devia estar se acostumando com o carro e começou a dar ré
na saída do semáforo. Tive que buzinar e, por sorte, o rapaz estava atento e
brecou centímetros antes de bater em nosso carro, digo, Mercedes.
Enfim, chegamos no nosso hotel que fica
em Obertraun e já nos instalamos em nosso hotel que
fica à beira do lago Hallstatt, o Haus Am See. Pena que não reservamos um
quarto com vista para o lago que é magnífica e eles estão com todos os quartos
com reserva e não conseguimos mudar.
Conversamos com a recepcionista
que nos atendeu e nos deu a dica de irmos para Hallstatt que fica do outro lado
do lago, visto que estamos hospedados em Obertraun, de trem e barco ao invés de
irmos de carro por causa da vista. De fato, o bilhete de trem e depois do barco
ficou em Euro 9 cada para ida e volta, mas valeu a pena principalmente pela
vista que a travessia de barco nos proporciona.
Mas não foi tudo tão fácil assim.
Quando descemos do trem na estação indicada para pegarmos o barco, não havia
nem sinal do barco e nem de ninguém no píer e todas as informações estavam em
Alemão. Pensamos que tínhamos nos metido em uma roubada e estávamos cogitando
voltar no próximo trem e pegar o carro. Mas, então, avistamos um barco vindo em
nossa direção e nosso dia foi salvo. Assim como na maioria dos lugares em que
temos visitado, estava tudo muito vazio. Só eu e a Fabi embarcamos e eu estava
com dó do barqueiro que tinha que fazer a travessia só por causa de nós dois.
Foi quando chegou o trem vindo da outra direção e aquilo parecia o êxodo japonês!
O barco ficou apinhado de japoneses, a maioria com malas, ao ponto que pensei
que fosse afundar.
Travessia feita, paramos para
almoçar à beira do lago e depois fomos procurar o funicular que a Kelly também
nos indicou. A subida é caríssima (Euro 13 cada) mas a subida a pé, na altura
do campeonato, não era uma opção e, então, tivemos que encarar. Os mais
corajosos sobem a pé e fazem trilhas por aqui mesmo sendo uma região muito
montanhosa e não sabemos até onde essas trilhas levam embora pareça ser muito
interessante para os adeptos do trecking. A vista lá de cima é encantadora e
faz valer o investimento. Tiramos fotos belíssimas e passamos algum tempo
apreciando a magnífica vista. Não é à toa que é considerada patrimônio da
humanidade pela UNESCO. O verão por aqui deve ser bem gostoso, tomando
uma cervejinha na beira do lago. Não que não seja gostoso no início do outono,
mesmo porque foi aqui que tomei a cerveja mais gelada em toda a viagem.
O lago está bem cheio e está
invadindo algumas propriedades em sua margem. Não sabemos se isso é sazonal ou
se o lago está enchendo devido ao derretimento do gelo das montanhas decorrente
do aquecimento global, mas pelo frio que fez hoje, deve ser normal e achamos
que o nível da água vai voltar ao normal em alguns dias ou semanas.
Após a descida, passeamos mais um
pouco pela cidade tomada pelos japoneses que a essa hora já haviam se
multiplicado ainda mais e o frio começou a apertar. Pegamos o último barco e o
último trem de volta a Obertraun e, quando tínhamos embarcado no trem, vimos
mais uma meia dúzia de japoneses descer do trem em direção do píer que, a essa
hora, não tem mais nenhum barco. Os caras desceram do último trem no píer que
não tem mais barco. E a cidade mais próxima é a que estamos hospedados há uns
20 minutos de caminhada, o que deve ser ainda mais puxando mala, no frio e na
noite caindo. Ficamos com dó, mas não tínhamos como avisá-los. Que tenham
sorte! E que tenham sido escoteiros na juventude!
Enfim, Hallstatt é maravilhoso e
vale muito a pena passar um dia por aqui!
Não percam o post de amanhã que
também promete novas aventuras e belíssimas fotos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário